Hoje vamos conhecer um pouco da história de como o presidente do Instituto Renato Muzzolon – IRMZ e Engenheiro Ambiental, Renato Muzzolon Jr, entrou de cabeça na jornada de ativismo, música e empreendedorismo social
Renato Muzzolon Jr. carrega em sua trajetória uma rica fusão entre engenharia ambiental e atuação cultural, especialmente no ativismo cultural preto. Desempenhando uma posição de destaque no sistema Confea/Crea/Mútua, sua carreira é marcada por realizações relevantes como a criação de sua empresa de engenharia que virou um grupo empresarial e atua em todo o país, e a fundação do Instituto Renato Muzzolon – IRMZ, que fomenta o empreendedorismo social e projetos de educação ambiental.
Contudo, sua paixão pelas artes e cultura o levou a fundar a Soul Black Inc, uma produtora em Curitiba, parceira do IRMZ, que há mais de uma década promove festas, shows, jornalismo, resgate histórico, empreendedorismo, exposições e outras manifestações culturais, impactando significativamente a cena cultural paranaense voltada para o povo preto.
A música sempre teve um papel importante em sua vida. Renato recorda com nostalgia as cassetes Furacão 2000 e DJ Marlboro que embalaram sua juventude em Porto Velho-RO, depois curtir uma fita gravada pela sua irmã, aonde a música de Jimi Hendrix, “Hey Joe”, era cantada por Marcelo D2 e O Rappa. Ser fã de Claudinho e Bochecha e MC Marcinho, e ainda fazer parte dos fãs da Legião Urbana.
A influência familiar foi responsável por criar um gosto tão eclético — sua mãe, que possuía uma vasta coleção de vinis de Erasmo e Roberto Carlos, sua irmã mais velha, que introduziu às bandas dos anos 90, e seus tios que compartilharam o amor pelo funk e rap.
Mas o primeiro show ao vivo é igual o primeiro jogo de uma criança, dificilmente ela vai torcer para outro time em sua vida. A chave virou ao se mudar de Porto Velho-RO para Curitiba-PR, aonde teve a oportunidade de assistir ao vivo o Dj Cia no John Bull. Renato já ouvia rap, mas a conexão do Dj com seu gosto pessoal foi tão forte que ele abraçou o estilo e não soltou até hoje. Este evento trouxe uma nova perspectiva para sua relação com a música, remetendo-o a artistas como RZO, Sabotage e Sandrão, que já era íntimos do seu walkman. Se a música era linda, imagina ao vivo.
Mas além da música, Renato é um apreciador de manifestações artísticas variadas, que vão além dos cinco elementos do hip hop, como exposições interativas de arte, museus e teatros. Apesar de sua profunda conexão com as artes, nunca almejou ser artista, mesmo que a escrita tenha sido seu aconchego durantes os primeiros solitários anos em Curitiba. Na verdade, seu fascínio pela engenharia foi impulsionado pelas experiências com seu pai nas áreas de mineração em Ariquemes-RO.
Desde cedo, Renato percebeu a presença marcante da questão racial em sua vida. No entanto, encontrou força e orgulho em sua herança, inspirado em grande parte pela maneira como seus tios e avó encaravam tais desafios e principalmente da sua Mãe Nilza.
Sua entrada no mundo da produção cultural começou ainda na universidade. Engajado no centro acadêmico de engenhara ambiental da PUCPR, Renato ajudou a fundar o centro, e seus primeiros eventos foram churrascos de recepção para calouros. A grande virada aconteceu em 2007, quando trouxe Mr. Catra pela primeira vez a Curitiba, um evento que gerou dúvidas, mas acabou explodindo em popularidade na cidade.
Dividindo sua carreira de sucesso na engenharia com suas produções culturais, Renato vê a arte como uma forma de descompressão. Acredita que a engenharia e a arte são dois lados da mesma moeda e estão intrinsecamente ligadas. Com a frase “engenharia é arte e arte é engenharia”, ele sintetiza sua visão holística, onde as duas disciplinas se alimentam mutuamente. Com recentes convites para desenvolver toda engenharia ambiental de eventos, e os fazer cada vez mais sustentáveis, essa fusão de talentos está mais próxima do que nunca.
Texto: Fabiano Augusto, jornalista da Soul Black